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segunda-feira, 14 de março de 2011

Em Defesa da Poesia


Como hoje é o Dia da Poesia, irei postar aqui um texto meu que já foi publicado no Recanto das Letras e no Nascida em Versos, o qual creio que fale um pouco sobre a maravilha da escrita poética. 

Espero que gostem!

Há tempos estou com esta idéia circulando em minha mente; De colocar-me perante os pré-conceitos, as dúvidas, os “achismos” difundidos e proteger algo que julgo vital para os dias: A Poesia!

O problema remonta-se desde o período escolar. Uma época que deveria/deve formar nossa estrutura básica para futuros gostos. O hábito da leitura, pelo que me lembro, nunca foi tratado da forma mais correta: Tudo era imposto, analisado, obrigado. Claro que não se atraira a atenção de um bando de crianças e adolescentes.

Esta falta de didática acaba por criar uma rejeição ao universo literário, em especial a poesia. Rejeição esta incrustada em muitos ainda. Neste meu período no universo blogueiro, notei que alguns, quando se deparam com um poema, simplesmente não tentam ler – digo Ler num sentido maior do que o de simplesmente correr os olhos reconhecendo letras/fonemas/frases. Comentam algo tolo, apenas para comentar.

Sei também que isto não ocorre apenas com os blogs literatos, mas com os esportivos, os políticos, até com os de humor... Não estou aqui para reclamar com relação a isto, afinal ninguém é obrigado a gostar ou comentar. Quero mesmo é apresentar este gênero literário aos que não se arriscam a conhecê-lo.

Familiar o dito:
“Se você afirma não gostar de ler, é porque nunca encontrou o livro certo.” 
De igual forma com a poesia. Esta história de que poemas são fantasiosos, só falam de amor, só agradam a mulheres, não influenciam em nada para a sociedade, etc.; É puro medo aliado a ignorância. E falo de ignorância não em sentido pejorativo, mas relacionado a falta de vontade de conhecer, procurando evitar esta operação:
Ignorância + Medo = Preconceito.
A poesia é muito mais do que palavras bonitas, é protesto (veja o Modernismo – O Cortejo), é criatividade (Num monumento à aspirina), é exploração da língua portuguesa (tão rica, tão negligenciada – Numa Manhã), é expressão (Escoiceados). Mas, principalmente, a poesia é real, é palpável, é vida, não fábula. Como negar o apelo a existência verdadeira que tem este deslindar de Carlos Nejar?


“Nossa sabedoria é a dos rios.
Não temos outra.
Persistir. Ir com os rios,
onda a onda.

Os peixes cruzarão nossos rostos vazios.
Intactos passaremos sob a correnteza
feita por nós e o nosso desespero.
Passaremos límpidos.

E nos moveremos,
rio dentro do rio,
corpo dentro do corpo,
como antigos veleiros.”


Ainda quando laborava no Fórum, teve-se um curso financiado pelo Judiciário de SC, que visava o aprimoramento do escrever. Logo na primeira aula disse-se: “Quem sabe interpretar poesia, sabe escrever”. Como ignorar as variadas interpretações que nos são permitidas com a poesia? E a capacidade que temos em aprender com elas?

Os poemas estão espalhados por todas as partes; Nas músicas que perduram no tempo, na sabedoria popular, na própria Bíblia – ou o que você acha que são os Salmos? Portanto, não tema a poesia. Ela é muito mais do que aparenta. Procure conhecer alguns poetas e seus universos particulares. Esta jornada revelar-se-á encantadora; Permitindo que compartilhe do ponto de vista de outro, vendo e sentindo através das vivências deste estranho.


Quer algo mais fantástico?!






1 comentários:

M. disse...

Belo texto. De facto, mesmo em quem gosta de ler, a poesia é visto como o lado feminino da literatura...lol


Nem tudo na poesia é para entender. Nem a isso deve aspirar. Importa também a forma. O som. O sentir.

:)

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